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Culinária argentina: conheça os segredos dos hermanos

A rivalidade entre brasileiros e argentinos se restringe ao futebol, visto que na gastronomia, os pratos argentinos merecem nossos elogios. A culinária argentina se baseia na carne bovina, que está presente em iguarias como o bife de chorizo e as milanesas, que são de comer com os olhos fechados.

Mas para conhecer a culinária argentina, vamos nos remeter à história. A Argentina era formada por povos nômades e incas, sendo colonizada por volta de 1512 pelos espanhóis que buscavam ouro e prata no novo continente.

Assim a abundância de prata, encontrada com os índios pelos colonizadores, deu nome ao país, já que Argentina vem do latim Argentum, que significa prata. Os colonizadores se estabeleceram na região até 1816, quando foi declarada a independência após conflitos.

Porém a Argentina é hoje uma das economias mais fortes da América Latina. A capital Buenos Aires atrai turistas do mundo todo, com muito tango e vinho bom.

Principais influências gastronômicas

As influências na culinária argentina vêm do século 16. Os colonizadores espanhóis trouxeram o costume de consumir a carne de boi assada.

Mas os italianos também deixaram sua contribuição. Até 1970, a Argentina recebeu quase três milhões de italianos, ou seja, o dobro da imigração registrada no Brasil.

Dessa forma, com tantos italianos em solo argentino, o gosto pelas massas se popularizou, tanto que o país é considerado hoje o terceiro maior consumidor de pizza, atrás apenas de Nova York e Itália.

Voltando às origens, antes da colonização, o milho em abundância na região dos Pampas, que hoje cobre as províncias de Córdoba, Santa Fé, La Pampa e Buenos Aires, foi a base dos principais pratos. Entre eles está o Locro, apreciado em todas as regiões argentinas.

Agora que você já sabe algumas curiosidades sobre a culinária argentina, fique atento às nossas dicas de pratos regionais que farão você penetrar na cultura desse valioso país.

Bife de Chorizo

O Bife de Chorizo é retirado do miolo do contrafilé. A peça ideal tem cerca de 350 gramas. O que dá o toque especial ao corte é a camada de gordura lateral que deixa a carne mais macia e saborosa.

Assim o prato típico da culinária argentina chegou ao continente com os espanhóis. Os argentinos deram esse nome à carne por ela ser muito parecida com os bifes de chouriço, uma linguiça apreciada nos restaurantes argentinos.

Entretanto para identificá-lo, basta perceber que ele é servido em fatias grossas, mal passadas ou ao ponto. Pode ser feita grelhada ou assada.  O prato pode ser servido com salada e uma cervejinha bem gelada.

INGREDIENTES

  • 4 bifes de chorizo de aproximadamente 350 g cada
  • Sal grosso a gosto

INSTRUÇÕES

  • Tempere a carne com o sal
  • Grelhe os bifes por cerca de 20 minutos de cada lado
  • Sirva com o acompanhamento de sua preferência, como uma salada, um purê ou um creme.

Milanesas

Outra influência espanhola na culinária argentina são as milanesas, muito populares entre os argentinos. Embora não seja um prato 100% argentino, sendo consumido em várias partes do mundo, as milanesas ganham um toque portenho. Elas são cortadas bem fininhas e têm coberturas que atraem o paladar, como ovos fritos ou cremes.

Por isso as carnes mais indicadas para o prato são o coxão mole, patinho e lagarto. Quem preferir as variações, pode adotar o peito de frango. O preparo é aparentemente simples, mas exige criatividade na cobertura e no acompanhamento.

Assim, nos restaurantes argentinos, o acompanhamento tradicional das milanesas é a batata frita, porém, uma boa dica é o purê de batata com gotinhas de limão.

INGREDIENTES

  • Carne para bife
  • Ovos
  • Salsinha
  • Alho picado
  • Farinha de rosca
  • Sal e pimenta a gosto

INSTRUÇÕES

  • Comece picando a salsinha e o alho. Reserve
  • Bata os ovos e misture com a salsinha e o alho
  • Prepare uma vasilha com a farinha de rosca
  • Tempere os bifes com sal e pimenta, passando-o pela mistura dos ovos e depois pela farinha de rosca
  • Frite-os em óleo não muito quente
  • Coloque-os sobre papel toalha
  • Use a criatividade e coloque uma cobertura de sua preferência, como ovos fritos, fatias de queijo ou rúcula com tomate fresco.

Sorrentinos

Graças à influência da imigração italiana, os argentinos conheceram os Sorrentinos, que são massas muito parecidas com o ravióli, servidas com molho natural de tomate e muito requisitados na culinária argentina. Eles têm formato de chapéu e levam recheios salgados variados, como frango desfiado ou presunto com queijo.

Mas a origem não é consenso. Alguns pesquisadores dizem que a massa surgiu na região de Sorrento, na Itália. Outros afirmam que a iguaria não existe na Itália, mas sim foi criada por um imigrante italiano na década de 50 num restaurante em Mar Del Plata.

Ainda bem que nas cantinas argentinas, é fácil encontrar Sorrentinos recheados e produzidos com ingredientes regionais, como o queijo de iogurte (bem aerado) e copa (presunto regional)

INGREDIENTES

Para a massa:

  • 3 ovos
  • 300 g de farinha de trigo
  • 1 pitada de nós moscada
  • sal e pimenta a gosto

Para o recheio:

  • 150 g de queijo de iogurte
  • 100 g de copa picada

INSTRUÇÕES

  • Pique o queijo e a copa e reserve
  • Numa tigela, misture 200 g de farinha com dois ovos e o sal. Amasse
  • Deixe a massa descansar na geladeira por 6 horas
  • Retire a massa, polvilhe a bancada com farinha e abra a massa
  • Pegue forminhas redondas de sorrentino, coloque a massa e insira o recheio de queijo e copa
  • Pincele água para facilitar o corte, cubra com a massa para formar os chapeuzinhos e corte, retirando o excesso de massa
  • Cozinhe em água quente por cerca de 10 minutos
  • Aqueça a massa já cozida numa panela com um pouco de azeite, coloque o molho de sua preferência e sirva.

Locro

O Locro é um prato típico argentino, muito semelhante à nossa feijoada brasileira. É feito de feijão, fica horas cozinhando, é servido quente e é uma iguaria bastante calórica. Mas, o principal, é que o ensopado é muito saboroso. 

Dessa forma ele se originou no Norte argentino anos antes da colonização espanhola. Os ingredientes que formam a base do prato são feijão, milho, batata doce e abóbora.

Portanto o Locro teria iniciado vegetariano, na região da atual Bolívia. No entanto, com a chegada dos colonizadores, ganhou adaptações e recebeu porções de carne e embutidos na culinária argentina.

Mas hoje o prato é encontrado em restaurantes regionais, que preservam a cultura argentina. A iguaria é servida com arroz branco.

INGREDIENTES

  • 1 kg de canjica
  • 1 kg de feijão-branco
  • 300 g de panceta fatiada
  • 2 kg de costelinha de porco
  • 3 kg de fraldinha em cubos
  • 600 g de linguiça tipo toscana em rodelas
  • 1 cebola grande picada
  • 10 dentes de alho picados
  • 1 alho-poró picado (só a parte branca)
  • 1 talo de salsão picado
  • 3 litros de caldo de carne
  • 1 repolho médio fatiado
  • 10 batatas pequenas, em cubos grandes
  • 1 abóbora japonesa, em cubos médios
  • 4 pimentões vermelhos em tiras
  • Vinho tinto
  • Azeite e sal a gosto

INSTRUÇÕES

  • Deixe a canjica e o feijão-branco de molho na véspera
  • Cozinhe a canjica em água e sal até ficar macia. Escorra e reserve
  • Em uma panela, aqueça um pouco de azeite e doure separadamente as carnes, da panceta até a lingüiça, nesta ordem
  • Regue as carnes com vinho tinto enquanto elas fritam
  • Separe as carnes em outro recipiente
  • Na gordura que sobrou na panela, doure a cebola, o alho, o alho-poró e o salsão. Acrescente o caldo de carne e o feijão-branco.
  • Cozinhe por 20 minutos. Adicione as carnes e cozinhe por cerca de 40 minutos. Misture o repolho, as batatas e a canjica
  • Leve ao fogo por mais 20 minutos. Acrescente a abóbora e os pimentões e deixe cozinhar até amaciarem. Está pronto para servir.

Onde comer

Depois de conhecer os principais pratos da culinária argentina, receba as dicas dos restaurantes mais badalados de Buenos Aires.

Don Ernesto

O Restaurante Don Ernesto é uma casa tradicional instalada na Rua Carlos Calvo. Localizado em um prédio antigo, as paredes levam frases escritas e quadros.

Segundo os usuários, o restaurante é acolhedor e serve um dos principais pratos portenhos: o Bife de Chorizo. A iguaria é servida com acompanhamentos, como a batata rústica.

O restaurante serve almoço e janta, com espaços específicos para grupos.

El Club de la Milanesa

Como o próprio nome revela, o restaurante El Club de La Milanesa serve milanesas argentinas de vários sabores. O diferencial da casa é estar localizada no bairro Recoleta, considerada a “Paris do Sul” por ter antigos casarões em alto estilo.

O cliente encontra 22 tipos de milanesas, incluindo as com cobertura de ovo frito, muçarela, tomate fresco com rúcula, entre outras. O prato pode ser acompanhado com cervejas artesanais vendidas no local.

Manolo

O restaurante Manolo é conhecido por servir Sorrentinos de recheios diversificados e saborosos.

A casa fica no bairro histórico de San Telmo, em Buenos Aires, e já tem 25 anos de tradição. Os Sorrentinos são o prato mais pedido pelos clientes, que também encontram espaços próprios na casa para celebrações, como aniversários e batizados.

Pulpería Quilapán

O Locro, um típico cozido argentino, é um dos pratos servidos na Pulpería Qualapán, que tem uma variada carta de vinhos. O restaurante fica num casarão restaurado no bairro de San Telmo.

A parte interna é decorada com peças antigas, e a área externa tem mesas espalhadas em um lindo jardim. A dica é fazer a reserva com antecedência, porque o jardim é o local mais disputado da casa.

Em suma, a gastronomia argentina é muito rica em pratos salgados, mas também se caracteriza pelas sobremesas, como o doce de leite e o alfajor vendido nos principais cafés de Buenos Aires.

Para aprender mais sobre a cozinha argentina, é interessante pesquisar a cultura e a história portenha, além de, quem sabe, programar uma visita ao país vizinho, já que a distância e os preços dos pacotes turísticos são atrativos.

Você aprecia a culinária argentina? Conhece outros pratos que não foram citados neste artigo? Que tal compartilhar com a gente as suas experiências? Deixe a sua impressão nos comentários.

Escrito por Gizele Silva

Formada em jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, no Paraná, e especialista em Mídia, Política e Atores Sociais. É produtora de conteúdo para web e redes sociais na área de turismo e empreendedorismo – https://linkedin.com/in/maria-gizele-da-silva-39935a110/.

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