Um caminho histórico com comidas típicas e aventuras surpreendentes: essa é a Estrada Real. O percurso que liga os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, atravessa cidades com experiências gastronômicas incríveis. Conheça agora o guia completo com os pratos da culinária local, que você não pode perder!
Se a sua intenção é abandonar a cidade grande e entrar de cabeça rumo às origens do Brasil, você deve percorrer a Estrada Real. Mais do que ligar cidades centenárias e tradicionais por seus mais de 1.600 quilômetros, a ER carrega um passado do Brasil Império — por isso seu nome digno de uma realeza.
No caminho todo você terá opções de restaurantes, fazendas de café, alambiques, mercados municipais e outros pontos recheados de opções salgadas e doces. Anote os pratos que você não pode deixar de experimentar e deleite-se com as experiências gastronômicas da Estrada Real!
A Estrada Real
Para desbravar esse terreno majestoso, você pode ir de carro, bicicleta, ou a cavalo, por que não? Em cima do animal vai levar mais tempo de viagem, mas é uma ótima forma de reproduzir os passos dos antigos trabalhadores que abriram este caminho!
A história da ER começa no século 17 quando, por decisão da Coroa Portuguesa, colonizadora do Brasil, abriu-se o caminho para transporte de ouro e diamantes. O primeiro roteiro aberto, chamado Caminho Velho, liga as cidades de Ouro Preto (MG) a Paraty (RJ).
Além do Caminho Velho, mais três caminhos foram feitos ainda na época do Brasil Colônia, já que a exploração de minérios era intensa.
Os quatro percursos atravessam centenas de cidades que serviram como pontos de parada para refeição dos trabalhadores da época. E hoje, todo o comércio gastronômico que ora serviu pratos típicos para as tropas reais e indivíduos desse período, se tornaram também pontos turísticos da ER!
O que comer
Frango com quiabo
O prato que você vai encontrar em praticamente todas as cidades mineiras carrega a tradição interiorana do Estado. Coxas e sobrecoxas refogadas com pimentão, cebola, salsinha e alho dão a carga mais substancial ao prato.
E o quiabo, legume refogado junto ao frango só quando a carne da ave já está ao ponto, é a combinação perfeita desse prato suculento e reforçado. Para acompanhar vale qualquer guarnição!
Tutu à mineira
O tutu é o prato que leva Minas Gerais ao Brasil e ao mundo com o ‘sobrenome’ à mineira. A mistura clássica que têm como base o feijão, farofa, linguiça artesanal e bacon, consegue satisfazer qualquer aventureiro da Estrada Real em busca de um prato para recarregar as energias.
A refeição pode ser devorada sem acompanhamentos, ou com arroz e couve refogada com alho! Para acompanhar, uma caipirinha ou cerveja bem gelada.
Bambá de couve
Ainda na região mineira, o prato que faz sucesso em dias frios ou amenos é o bambá de couve. Isso porque o caldo encorpado feito com linguiça, cebola, músculo bovino e fubá, retém bastante calor quando fica pronto.
A couve, que dá o nome ao prato, é misturada em pedaços grandes para finalizar o caldo, que ainda pode levar paio, pimentão, cebola, louro e pimenta-do-reino.
Feijão tropeiro
Será que foram as tropas imperiais, que percorreram a Estrada Real, as criadoras deste prato? O nome indica isso, e também o tipo do prato, que fica muito substancioso, digno de alimentar trabalhadores braçais, com êxito.
Bacon, ovos, linguiças calabresa e de porco, feijão vermelho, cebola, couve, cebolinha, salsinha, e bife de pernil. São tantos ingredientes que às vezes fica difícil identificá-los na hora da comilança. A mistura leva bastante tempo de preparo, mas na hora em que fica pronta, pode sumir em poucos minutos!
Ora-pro-nobis
Orai por nós. Esta é a tradução de ora-pro-nobis, uma planta cultivada em solos mineiros que carrega muitos nutrientes e incrementa vários pratos da culinária local.
A planta tem folhas e caule grossos que rendem bastante como mistura de pratos, e dão um sabor e textura diferenciados. Vá de frango ao molho com ora-pro-nobis, ou de filé bovino com ora-pro-nobis refogado; ambos os pratos são regras em restaurantes mineiros.
Frango ao molho pardo
O frango ao molho pardo é um prato para quem gosta de sabores rústicos e selvagens. Esta receita pode ser tanto preparada com frango ou galinha, e leva cerca de uma xícara de chá de sangue do animal.
O líquido vital da ave, batido no liquidificador com vinagre, pimentão, hortelã e tomate, dá a rusticidade deste prato típico mineiro. Depois que a mistura fica pronta e o frango está bem refogado e “dourado”, tudo é cozido numa panela de pressão. Alguns restaurantes colocam também batatas, que ficam macias e pegam o sabor do caldo!
Leitão a pururuca
A receita mais original de Minas é feita com um leitão inteiro, abatido na hora e preparado à mão.
O leitão, depois de passar horas assando em um tempero encharcado com limão, é retirado da brasa e é submetido a um banho de óleo fervente. É nessa hora que a pele do porco pururuca com o óleo muito quente. Se algum fazendeiro da região em que você estiver oferecer essa iguaria, aproveite esse turismo gastronômico singular!
Vaca atolada
A costela de vaca é um dos principais cortes presentes na maioria dos pratos da culinária local de Minas, e é ela que carrega a típica vaca atolada.
O prato recebe além da carne, pedaços generosos de mandioca, e é temperado com tomates descascados, alho, salsinha, e cebola picados. Toda a mistura fica apurando numa panela de pressão até a carne adquirir uma textura bem macia, que junto com uma farofa caseira e pimenta dão o toque final à vaca atolada.
Doce de abóbora
Na arte de fazer doces, os mineiros são conhecidos por serem mestres, e o doce de abóbora é um clássico entre famílias do Estado.
Feito com abóboras frescas refogadas em grandes tachos que recebem açúcar até ficarem bem doces, o fruto pode ser acompanhado de um sorvete de creme! Ainda há as versões do doce de abóbora com coco, que ganha uma textura e sabor inigualáveis.
Doce de leite
O doce de leite é muito encontrado em Minas e também no Rio de Janeiro, o que facilita muito saborear este doce em qualquer ponto da Estrada Real.
A receita de cada doceiro leva em conta principalmente, além de um bom leite, o tempo de preparo, que confere a cremosidade característica dessa guloseima.
Goiabada cascão
Esse doce é marcante na mistura com o queijo branco, outro produto da culinária local de Minas. A receita é bem simples e pode ser feita em casa, mas nada como provar essa iguaria durante um turismo gastronômico pela Estrada Real.
Chama-se goiabada cascão porque a casca da goiaba é picada em pedaços mais espessos e misturada só ao final da receita. Assim ela fica com crocância e maciez, que contrastam muito bem!
O que beber
Café
Sem dúvidas, o café das regiões de MG e RJ carregam sabores muito distintos e marcantes. A bebida, que foi e ainda é um dos propulsores do desenvolvimento do Brasil, é degustada em fazendas, chalés, cafeterias e pousadas das cidades dos dois Estados.
Cachaça
Minas Gerais está para a produção de cachaça assim como o Rio Grande do Sul está para a produção de vinhos. O destilado é mundialmente conhecido e o Estado é responsável por abrigar as maiores cachaçarias do país, que espalham o sabor da aguardente mineira ao mundo todo.
Cervejas artesanais
As cervejas artesanais dividem espaço com a cachaça e outras bebidas alcóolicas nas mesas de apreciadores de bebidas. Paraty já é famosa por ter uma cervejaria artesanal e repleta de sabores interessantes.
Licor de jabuticaba
Essa peculiar bebida licorosa é feita com a fruta que cresce em abundância por Minas Gerais. A bebida pode ser apreciada pura na temperatura ambiente, ou gelada, assim fica mais refrescante. Não deixe de experimentar esse item precioso da culinária local de MG!
Vinho de jabuticaba
Assim como os mineiros aproveitam a jabuticaba para fazer licor, eles também souberam produzir vinho com ela. A semelhança com uma uva é distante, mas a jabuticaba contém um sabor exclusivo. A cidade de Catas Altas, em MG, reúne diversos produtores desse fermentado símbolo da região!
Onde comer e beber
Pratos
- Essência do Vale Restaurante
- Pousada da Lavra
- Seu Barthô Pizzaria
- Restaurante Itatiaia Grill
- Cozinha Flor
Cafés e doces caseiros
- Café com Arte e Chocolate
- Estação do Sabor
- Sabores de Minas
- Doces de São Bartolomeu
Cervejas
- Botequim Imperial
- Cervejaria Caborê
- Cervejaria Itaipava
- Cervejaria Taberna do Vale MMIX
- Cervejaria Bohemia
Vinhos e licores
- Cooperates
- Hotel Fazenda da Chácara
- Dona Luzia – vinho de jabuticaba
- Catas Altas Adegas de Vinho
- As Art’s
- Sabará Feito a Mão
Cachaças
- Alambique Engenho D´Ouro – Cachaça Artesanal
- Cachaça São Gonçalo do Bação
- Alambique Alferes
- Alambique Velho Ferreira
- Prazer de Minas
O que você não pode perder
Comidas
- Pão de queijo
- Fubá suado
- Gil Cogumelos
- Queijo do Serro
- Queijo da Caverna
- Queijo do Reino
- Mel Santa Bárbara
- Canudinho do Chico Doceiro
Feiras gastronômicas
- Mercado Municipal, em Diamantina
- Feira Fundo de Quintal, em Rio Acima
- Festival de Cultura e Gastronomia, em Tiradentes
- Festa do Pastel de Angu, em Itabirito
- Festival de Aromas e Sabores, em Itanhadu
- Folia Gastronômica de Paraty
- Circuito Cervejas Artesanais, em Juiz de Fora
- Festa do Café com Biscoito, em São Tiago
- Festival do ora-pro-nóbis, em Sabará
- Festival da Batata, em Ouro Branco
- Festival das Quitandas, em Congonhas
- Festival Happy Hour, em São João Del-Rei
Um roteiro pela Estrada Real pede mais do que alguns dia para desfrutar com excelência destas experiências gastronômicas. É preciso reservar semanas para desfrutar bem da culinária local, e conhecer a cultura brasileira por meio dos pratos típicos de cada cidade que margeia a ER.
Que a Estrada Real rende um ótimo turismo gastronômico esse texto já provou isso, agora é a sua vez de visitar esse destino e degustar cada iguaria. Agora queremos saber qual dessas experiências gastronômicas, tanto salgadas quanto doces, fez você salivar mais? Deixe seu comentário abaixo!